O Mestre Sigmund Freud só viria a publica seu livro revolucionário, A INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS em 1900/1. Mas este último já tinha consultório onde aplicava suas recém criadas teorias que receberiam o nome de Psicanálise.
Num espetacular livro - publicado anos depois, já no século XX - chamado O MAL ESTAR NA CIVILIZAÇÃO, nas últimas considerações do livro encontra-se magnífica constatação do que é o Eros em Freud. Naquelas linhas Freud é de uma originalidade assustadora! E postula que os dois antagonistas eternos são a Morte e o Amor. Visivelmente, a luta da finitude biológica do ser contra a eternidade - ou possibilidade de - dos símbolos criados por nós.
Este post traz um belo poema do escritor prtgs que adiantou um pouco essa constatação de S. Freud. Para o prazer de todos, ei-lo:
Mors-amor
Esse negro corcel, cujas passadas
Escuto em sonhos, quando a sombra desce,
E, passando a galope, me aparece
Da noite nas fantásticas estradas,
Donde vem ele? Que regiões sagradas
E terríveis cruzou, que assim parece
Tenebroso e sublime, e lhe estremece
Não sei que horror nas crinas agitadas?
Um cavaleiro de expressão potente,
Formidável mas plácido no porte,
Vestido de armadura reluzente,
Cavalga a fera estranha sem temor:
E o corcel negro diz "Eu sou a morte",
Responde o cavaleiro: "Eu sou o Amor".